Hobbes buscou na Bíblia a
inspiração para o título de sua obra mais importante, o “Leviatã”. Segundo o
livro de Jó o Leviatã é o maior dos monstros marinhos, uma criatura enorme
relacionada durante a Idade Média pela igreja ao quinto pecado, a inveja. Para
Hobbes Leviatã é o nome dado a “superestrutura” formada de forma artificial
pelos homens vitimados pelo medo uns dos
outros e que portando se veem obrigados a sujeição frente há um soberano. Ou
seja, o Leviatã é o Estado.
O medo é portanto o elemento principal para a formação do Estado, pois numa situação limite como a experimentada no “estado de natureza” o homem estaria em uma “guerra de todos contra todos” sendo a única solução um pacto social – contrato social – onde os indivíduos em um consenso se sujeitariam em troca de proteção aos ditames de um soberano. Logo a sociedade se tornaria um imenso “monstro” que devido o medo se formou.
O medo é portanto o elemento principal para a formação do Estado, pois numa situação limite como a experimentada no “estado de natureza” o homem estaria em uma “guerra de todos contra todos” sendo a única solução um pacto social – contrato social – onde os indivíduos em um consenso se sujeitariam em troca de proteção aos ditames de um soberano. Logo a sociedade se tornaria um imenso “monstro” que devido o medo se formou.
Hoje em dia vivemos uma situação
onde esse Leviatã continua usando o medo para legitimar seu governo, porém cabe
aqui fazer dois apontamentos:
1° A passagem do mundo Moderno para o mundo Contemporâneo – a ascensão da burguesia ao poder durante a
revolução gloriosa na Inglaterra (1688), na independência dos EUA (1776) e
posteriormente a Revolução Francesa (1789) – resultou numa relocação do papel do
“trabalho” na sociedade, o “trabalho passou a ser visto como o elemento mais
importante da “vita activia” deixando a “ação” política em segundo plano. Dessa forma a esfera social – do “trabalho” – interferiu na esfera política contaminando-a
com os interesses privados. Resultando na submissão dos interesses e estruturas
públicas ao interesses privados do trabalho e sua eventual possibilidade
restrita de acúmulo de capital.
2° O desenvolvimento dessa sociedade passa - entre outras coisas - pelo controle de forma extremamente violenta dos cidadãos – aqui se entende a violência como “negação”. Para se manter o controle da sociedade usa-se o medo do “outro”, daquele que se difere do patrão imposto pelo discurso dominante. O pobre, o negro, o gay, o islâmico, o comunista, etc. são elementos a serem temidos pois cada um oferece uma possibilidade de ruptura do “status quo”.
Ou seja, o monstro teorizado por Hobbes assume hoje a figura de um monstro que espalha através do terrorismo de Estado a imagem de um inimigo que é tratado com a mais severa violência, lhe é negado a propriedade, a liberdade, a educação, o emprego e em extremo a própria vida. O medo do outro legitima a ação violenta do Estado aos grupos tidos como inimigos – marginais – pois como dito no início o Estado surge para eliminar o medo e oferecer a solução. E numa sociedade onde o medo se baseia na perda do consumo e num moralismo conservador os indivíduos e coletivos que tentam romper com a lógica em vigor são designados inimigos.
2° O desenvolvimento dessa sociedade passa - entre outras coisas - pelo controle de forma extremamente violenta dos cidadãos – aqui se entende a violência como “negação”. Para se manter o controle da sociedade usa-se o medo do “outro”, daquele que se difere do patrão imposto pelo discurso dominante. O pobre, o negro, o gay, o islâmico, o comunista, etc. são elementos a serem temidos pois cada um oferece uma possibilidade de ruptura do “status quo”.
Ou seja, o monstro teorizado por Hobbes assume hoje a figura de um monstro que espalha através do terrorismo de Estado a imagem de um inimigo que é tratado com a mais severa violência, lhe é negado a propriedade, a liberdade, a educação, o emprego e em extremo a própria vida. O medo do outro legitima a ação violenta do Estado aos grupos tidos como inimigos – marginais – pois como dito no início o Estado surge para eliminar o medo e oferecer a solução. E numa sociedade onde o medo se baseia na perda do consumo e num moralismo conservador os indivíduos e coletivos que tentam romper com a lógica em vigor são designados inimigos.